O RETRATO
A IMPLANTAÇÃO DO ESTADO MODERNO
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.10590450Palavras-chave:
Patrimonialismo, Estado, Modernização, Romance históricoResumo
O Retrato, de 1951 é o segundo livro da trilogia de Erico Verissimo o Tempo e o Vento. Trata-se de um Romance Histórico, uma literatura, com a liberdade da imaginação literária, personagens fictícios e fatos fictícios, balizada por personagens reais e acontecimentos históricos. A narrativa foca-se na ficção que interagem com personagens históricos. Neste volume acompanhamos a trajetória política de Rodrigo Terra Cambará, bisneto do lendário Capitão Rodrigo, e também a formação do Estado Brasileiro no início do século XX. O Romance, por meio de suas personagens, retrata a passagem do Brasil da República Velha, marcado pelo patriarcalismo dos coronéis, pecuaristas gaúchos envolvidos nas relações de poder a partir dos interesses locais, próprios de um mundo rural e arcaico, a um mundo urbano e moderno. Assim, o cavalo é trocado pelo automóvel, mesmo com a resistência de parte da elite local. A classe dominante se diversifica, surgem o comerciante e o industrial. E o Estado, que antes era um corpo estranho à sociedade, aparato de além-mar e o cobrador de impostos de Maneco Terra de o Continente, agora é um local de disputa. Os novos grupos da classe dominante são os elementos que compõe o Estado brasileiro que se consolida.