DESENHO EM CAMADAS COMO ABORDAGEM DE INVENTÁRIO PARTICIPATIVO
AS AÇÕES EDUCATIVAS EM NOVA OLINDA (CE) E SANTA BÁRBARA D’OESTE (SP)
Palavras-chave:
Educação Patrimonial, Desenho, Referência Cultural, Inventário ParticipativoResumo
O método de Desenho em Camadas é explorado neste artigo como uma abordagem de Inventário Participativo. A concepção do método surgiu dentro de uma ação educativa desenvolvida para o projeto internacional Reconnecting with your Culture (RWYC) pelo Comitê Científico Nacional de Interpretações, Educação e Narrativas Patrimoniais, do ICOMOS-Brasil. Foi escolhido o desenho como principal meio de ação do projeto com a intenção de instigar as crianças e os adolescentes a explorarem por si mesmos a Cultura e a Identidade de suas próprias comunidades, documentá-las e divulgá-las para o mundo. Assim, o Desenho em Camadas foi pensado em etapas inspiradas em categorias de Referências Culturais, que devem ser entendidas como a construção de uma representação do viver em um determinado contexto cultural e temporal. Para cada categoria foi criada uma pergunta-geradora, que resulta em desenhos a partir dos seus sentidos, construindo-se um percurso mediado pela compreensão de patrimônio, sensibilizando o reconhecimento de cada desenhador enquanto sujeito produtor de cultura. Dessa forma, perguntas e desenhos fazem emergir patrimônios por meio de uma interpretação da realidade experienciada. O método foi utilizado, primeiro, em uma ação remota junto à Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri, em Nova Olinda (CE), em maio de 2021. Depois, foi utilizado em uma ação presencial junto ao CIEP Charles Keese Dodson, em Santa Bárbara d’Oeste (SP), em novembro de 2021. A partir dessas experiências, pode-se refletir sobre a potencialidade do desenhar como uma ação que pode instigar outros patrimônios possíveis a partir da enunciação dos desenhadores, e reconhecer que o processo de desenhar constitui em ação educativa – se e quando suscitado pela visão crítica dos contextos culturais. Assim, o artigo pretende contribuir com o desenvolvimento de outras abordagens educativas inspiradas no método de Inventário Participativo, como meio para a criação de diálogos mais profundos com o viver das pessoas em seus territórios e, como iniciativa de Educação Patrimonial Decolonial que deve se fazer cada vez mais presente.
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