MEMÓRIAS, IDENTIDADES E PATRIMÔNIO NAS ÁGUAS E MARGENS DO RIO SABARÁ

Autores

  • Dra. Lana Mara de Castro Siman UEMG Autor
  • Me. Kele C. Alves Vilaça Amaral UEMG Autor
  • Me. Isabella Carvalho de Menezes IBRAM/MINC - Museu do Ouro Autor

Palavras-chave:

Memórias de lavadeiras, Patrimônio ambiental, Rio de Janeiro

Resumo

O presente artigo apresenta análise e interpretação de uma entrevista narrativa, a de Dona Lúcia, ex-lavadeira do rio Sabará, sendo este rio um “ser” constitutivo da paisagem local e participante da história e memória de moradores da cidade homônima ao rio, situada na região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais. Dona Lúcia é uma das dezesseis mulheres, em sua grande maioria negras, participantes do projeto Mãe Domingas – educação pelas águas do Rio Sabará. Dona Lúcia, mulher negra, pertencente a uma família numerosa e de expressão silenciada pela narrativa colonialista, ainda predominantemente difundida sobre a história da cidade, foi convidada a participar da pesquisa por ter exercido, juntamente com outras mulheres de sua família e vizinhança, o ofício de lavadeira. Em movimentos dialogais, entre a escuta e a leitura de suas memórias narradas, os referenciais teórico-conceituais e pesquisas em temas correlatos, foram construídos núcleos de significação reveladores de elementos da história da família, de experiências do exercício do ofício árduo e subvalorizado, de traumas devido a enchentes, de saberes sobre as transformações ocorridas sobre o curso do rio, sobre suas águas e margens. Para Dona Lúcia, o rio é também revelado como um lugar de fruição individual e coletiva, sendo configurado como bem natural e cultural a ser preservado. Conclui-se que as memórias de Dona Lúcia oferecem evidências na direção das suposições construídas pela equipe do projeto. Uma primeira é a de que suas memórias apresentam elementos que podem contribuir para a ressignificação de representações e práticas que os moradores da localidade e, em especial as novas gerações, têm sobre o rio Sabará. A segunda é a de que suas memórias oferecem argumentos que permitem disputar, na cena pública, o valor do rio como um bem cultural, portanto como um patrimônio a ser recuperado e preservado pelos moradores da cidade.

Biografia do Autor

  • Dra. Lana Mara de Castro Siman, UEMG

    Doutora em Didática da História (Université Laval/Canadá). Professora UEMG (Faculdade e PPG de Educação).

  • Me. Kele C. Alves Vilaça Amaral, UEMG

    Mestre em Educação (UEMG). Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (Jaboticatubas/MG).

  • Me. Isabella Carvalho de Menezes, IBRAM/MINC - Museu do Ouro

    Mestre em Educação (UEMG). Técnica em Assuntos Educacionais no Ibram/MinC - Museu do Ouro (Sabará/MG).

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Publicado

2024-06-13