AS RELAÇÕES MILITARES BRASIL - EUA E O ACERVO MUSEALIZADO DO EXÉRCITO BRASILEIRO

UMA PERSPECTIVA DE ANÁLISE SOBRE A INSERÇÃO DO BRASIL NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS (1942-1977)

Resumo

O presente artigo busca, em seu escopo mais amplo, apresentar uma perspectiva de análise sobre a inserção do Brasil nas Relações Internacionais no período compreendido entre 1942 e 1977, tendo como base empírica o uso da cultura material que, na presente pesquisa, trata-se especificamente do acervo de blindados em exposição nos museus do Exército, a saber: Museu Militar do Comando Militar do Sul e Museu Militar Conde de Linhares. Com esse foco geral de análise, a proposta permitirá identificar a configuração atual (em termos de acervo, principalmente) dos museus do Exército; identificar a representatividade (quantidade e qualidade) do patrimônio existente (relacionado ao recorte temático e cronológico da investigação); e, com base na quantidade e a frequência com que os modelos desse equipamento bélico chegaram ao país, identificar e analisar os processos de aquisição e algumas nuances da relação bilateral (Brasil-EUA) no campo militar. O norte teórico/metodológico escolhido, com premissas do campo museológico, patrimonial e da Análise de Política Externa, permitirá problematizar aspectos da inserção do Brasil no âmbito das relações internacionais, com base na “vontade de memória” e “vontade de esquecimento” do Exército para com seu acervo oriundo da relação Brasil-EUA no interregno 1942-1977, considerando a disposição, estrutura narrativa e dinâmica do acervo dos museus analisados. Com essa proposta e a partir do tempo que os equipamentos permaneceram em uso pelo Exército Brasileiro, antes do processo de musealização, pretende-se responder a seguinte questão: o que os museus do Exército – e os seus acervos expostos –, em suas configurações atuais, podem esclarecer acerca da dinâmica das aquisições de material bélico no período analisado?