ENTRE SILENCIAMENTOS E FISSURAS NAS ZONAS PROIBIDAS
MULHERES EM CENA NA CONSTRUÇÃO DO BRASIL IMPÉRIO
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.8311697Palavras-chave:
Brasil Império, Impressos, MulheresResumo
O presente trabalho é fruto do diálogo entre pesquisas que apresentam como foco a atuação das mulheres dentro do Império do Brasil. Nesse contexto, foi observado tanto a perpetuação de questões já enraizada na sociedade desde o período colonial, como também os novos modelos culturais que foram gestados e propagados, seja pelos recém-criados regulamentos legais, seja pelo próprio almejo civilizacional que trazia novos ecos às questões culturais, políticas e sociais do momento. Essas forças deixaram suas marcas, principalmente, na imprensa que tomava grande impulso no começo do oitocentos, responsável pela propagação dos projetos políticos em disputa desde o processo de Independência, e que não raro postulavam o lugar visto como adequado para as mulheres. Dessa forma, o presente trabalho busca compreender como a introdução dos ideais liberais e constitucionais, ainda que não tenha rompido os valores da sociedade patriarcal, possibilitou o alargamento da atuação das mulheres, sobretudo, em veículos impressos. Além disso, busca-se demostrar como esse alargamento mobilizou o reconhecimento e discussões, tanto na imprensa quanto no Parlamento, sobre a desigualdade entre os direitos destinados aos homens e às mulheres. Para isso, utilizou-se como quadro teórico-metodológico a História Política Renovada e a Nova História Cultural. Especialmente, as contribuições conceituais de Roger Chartier e a História das mulheres aos moldes de Michelle Perrot. Assim, acreditamos identificar as brechas que possibilitaram às mulheres adentrar nas “zonas proibidas” em busca de ampliação de direitos, assim como as causas que as afastaram do mundo público e das letras.