OTIMISMO E SILENCIAMENTO:
A AGÊNCIA NACIONAL COMO PRODUTORA DA MEMÓRIA OFICIAL DA DITADURA CIVIL-MILITAR
Palavras-chave:
Ditadura Civil Militar, Otimismo, Propaganda PolíticaResumo
A ditadura civil-militar brasileira instituiu um extenso aparato burocrático responsável pelo controle de informações. Uma das principais instituições desta estrutura política foi a Agência Nacional. Entre as suas atribuições estava a produção de material informativo sobre o governo, principalmente a respeito da agenda presidencial. Estas produções eram distribuídas para a imprensa e órgãos oficiais através do rádio, cinema e jornais. Assim, o objetivo central deste artigo consiste na análise do acervo da agência, sobretudo dos cinejornais e documentários produzidos entre 1964 1979. Ainda que sua função fosse limitada à comunicação do regime, o material elaborado e difundido pela AN era altamente propagandístico. Silenciando aspectos polêmicos e sensíveis ao Estado autoritário, elaborou uma representação altamente otimista da ditadura, colaborando para um enquadramento memorialístico favorável ao regime. Assim, o acervo desta instituição, condicionado de maneira digital pelo Arquivo Nacional, constitui um importante espaço de memória sobre o período. Afinal, ao ser incumbida da elaboração da autoimagem da ditadura, construiu registros discursivos e imagéticos por meio dessas mídias. Contudo, em termos de pesquisa, pouco se avançou na análise histórica destes materiais. Assim, buscamos contribuir para a historiografia dedicada ao período da ditadura civil militar, problematizando a produção da sua auto representação e considerando os revérberos dessa memória positiva na atual conjuntura, eivada de revisionismos.
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